Vendido como suplemento, o MCT é encontrado em poucos alimentos naturais e geralmente é sintetizado a partir do óleo de coco. Foi muito falado no início dos anos 1990, e voltou a ser discutido nos últimos anos.
O que é MCT?
MCT (medium chain triglycerides), ou em português, triglicerídeo de cadeia média (TCM) é um tipo de gordura. Os tipos de gorduras diferem-se pelo comprimento de suas cadeias, ou seja, pelo número de carbonos que contém em sua estrutura: cadeia curta (<6 carbonos), cadeia média (8 a 10 carbonos), cadeia longa (>12 carbonos).
A maioria das gorduras encontradas nos alimentos são geralmente triglicerídeos de cadeia longa (LCT) e poucas são as fontes naturais de MCT.
O óleo de MCT é uma fonte concentrada de MCTs feito a partir do óleo de coco ou palmiste contendo 100% de MCTs, e para ter uma idéia, o óleo de coco mais comumente encontrado por aí contém apenas 54% de MCT.
Quais são as diferenças metabólicas entre MCT e LCT?
As diferenças metabólicas entre os vários tipos de gorduras tem início no trato gastrointestinal, onde os MCT não precisam da bile e enzimas digestivas para ser absorvido, enquanto que o LCT precisam. Dessa forma, os MCT são absorvidos de maneira mais eficiente que os triglicerídeos de cadeia longa (LCT).
Posteriormente, os MCT são transportados para sangue via veia porta via diretamente para o fígado, ao contrário dos LCT, que precisam ser incorporados aos quilomícrons (uma proteína de transporte) e serem transportados através da linfa, um percurso mais demorado.
Essas diferenças continuam ao longo dos processos de utilização de gordura. Quando os MCT chegam no músculo, eles entram na célula sem necessidade de transportador e posteriormente, entram na mitocôndria independentemente do sistema de transporte da carnitina e sofrem oxidação preferencial. Já os LCT necessitam dos sistemas de transporte, tanto para entrar na célula (FATCD36), como na mitocôndria (CPT1/CPT2).
Adicionalmente, parte dos TCM são convertidos em cetonas no fígado e as cetonas são então utilizadas como combustível pelo músculo.
Outra diferença é que o MCT não retarda o esvaziamento gástrico, diferente do LCT.
O que as pesquisas mostram
A hipótese de que a ingestão de MCT oral poderia servir como fonte de energia além da glicose durante o exercício foi confirmada, e isso porque o MCT é rapidamente utilizado como fonte de energia, em poucos minutos após a ingestão ele é oxidado no músculo.
Foi também investigado se a ingestão de MCT combinado com carboidrato em comparação com a ingestão de apenas MCT, e conclui-se que ingestão combinada com carboidrato aumenta a taxa de oxidação de MCT.
No entanto, alguns estudos demonstraram que a quantidade máxima de MCT oral tolerada no trato gastrointestinal é pequena, em torno de 30g para a maioria dos atletas. A quantidade de 30g de MCT é equivalente a aproximadamente 270Kcal, contribuindo com pouca energia em relação ao gasto calórico total.
Estudos também mostraram que não houve alterações na queima de gordura, nem na economia de glicogênio muscular. Não houve diferenças na perfomance com ou sem uso de MCT, nem mesmo quando utilizado até 80 gramas de MCT (lembrando que quantidades acima de 30g pode causar problemas gastrointestinais, o que pode variar individualmente).
Até o momento, as evidências são bastante claras, os estudos mostram que não há melhora na perfomance esportiva
O principal motivo é porque seriam necessárias altas dosagens e a quantidade máxima de ingestão oral de MCT tolerada no trato gastrointestinal é pequena (~30g/dia).
Dependendo do caso, pode ser uma opção a ser utilizada junto com carboidratos, já que em pouca quantidade de óleo tem alto valor energético.
Outros usos de MCT
Pela sua melhor digestibilidade, o MCT tem sido utilizado na prática clínica como forma adicional de energia para pacientes em tratamento de doenças gastrintestinais associadas à má digestão e/ou absorção.
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Referências:
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