A forma como nos alimentamos mudou muito. Quando eu era criança, muitas vezes nos sentávamos juntos para tomar café da manhã, almoçar e jantar à mesa de jantar. Havia três refeições oficiais. Havia estrutura. Eu sabia que haveria comida em determinados momentos do dia e, mais importante, minha barriga também sabia! Os pratos, que não eram variedades exorbitante, sempre continham algum tipo de legumes e salada e alguma fruta de sobremesa. Raramente comíamos fora ou pedíamos comida.
Talvez você tenha tido algumas experiências semelhantes a esta e talvez não, mas você pode perceber que seus padrões alimentares também mudaram ao longo dos anos? Para alguns, o café da manhã desapareceu completamente. O almoço é espremido (se possível) entre os e-mails de trabalho e, à noite, quando chega a hora do jantar - alguns estão tão exaustos – pedir algo pronto parece a única opção! Sem falar nas dietas da moda e a alta capacidade de influenciar no comportamento alimentar.
Comer, às vezes, se torna algo que fazemos - enquanto estamos fazendo outra coisa! Se alimentar, que é uma prioridade absoluta, acaba ficando para segundo plano. Comer algo saboroso mas não saudável pode parecer uma recompensa após um dia difícil! Comer torna-se irracional.
Por quê podemos nos beneficiar de uma alimentação mais consciente?
Teremos tempo para escolher quais alimentos queremos e precisamos consumir
Nos dá tempo para mastigar e digerir adequadamente
Teremos um momento para saborear e aproveitar os alimentos que gostamos
Sentar-se para uma refeição proporciona uma pausa num dia agitado
Conseguiremos escutar melhor o nosso organismo
Reduzirá os momentos de comer inconsciente, tanto no momento da refeição, quanto os beliscos ao longo do dia - parecem inofensivos.
Dicas básicas para uma alimentação consciente
Dedique algum tempo para se concentrar totalmente em sua refeição.
Tente mastigar calmamente. Sinta os sabores, temperos, texturas e aromas.
Tente não se distrair com outros coisas (celular, televisão, trabalho, computador…)
Observe se você é atraído por opções consideradas “não saudáveis”, do que se trata? Observe quaisquer sentimentos ou memórias que surgirem.
Conecte-se aos sinais do seu organismo, que te informam quando está precisando se alimentar e quando já atingiu a quantidade necessária - momento de parar de comer.
Coma quando estiver com fome, fome fisiológica, e não comer como forma de "comer seus sentimentos", se isso acontecer observe quais são os sentimentos envolvidos? Quais outras formas pode lidar com esses sentimentos sem ser através da comida?
“Crenças” relacionadas à alimentação podem afetar nossos comportamentos alimentares
Certa vez, conheci um comedor compulsivo que estava insatisfeito com seu ganho de peso contínuo. Ao explorar os fatores contribuintes, acidentalmente nos deparamos com algumas atitudes em relação à comida provenientes de sua família de origem. Quando criança, ele se lembra de ter sido criticado por seu pai sempre que não conseguia terminar sua refeição. Seu pai o rotulou de “ingrato”, enchendo-o de culpa e vergonha. Para evitar a desaprovação de seu pai e os sentimentos associados, ele continuaria a comer mesmo depois de se sentir satisfeito. Quando adulto, muitas vezes se sentia desconfortável em deixar comida. Ele terminaria sua parte e a de qualquer outra pessoa. Tomar consciência dessa associação significava que, apesar de se sentir culpado, ele sabia que não havia problema em deixar comida no prato - isso não o tornava uma pessoa ingrata! Tomando consciência e identificando a causa desse comportamento, modificando a forma de pensar sobre isso, ele foi capaz de se permitir parar de comer quando se sentia satisfeito.
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